Cerca de 200 ativistas gays e lésbicas protestaram ontem, dia 07, com um beijaço diante do Papa Bento XVI. Eu já havia comentado isso aqui. O protesto aconteceu quando o Papa passava de papamóvel pela Praça da Catedral rumo a Igreja da Sagrada Família, em Barcelona.
Os ativistas se colocaram em uma área da Praça repleta de pessoas que são simpáticas a causa LGBT. Além do beijaço, os manifestantes cantaram e gritaram palavras de ordem. Gays e lésbicas cantavam slogans como: "A igreja que ilumina é que queima". Houve um certo momento de tensão entre os ativistas e grupos de jovens que foram ver o Papa. A Polícia teve de intervir entre os dois grupos para evitar disputas nos momentos de maior tensão, o que gerou críticas da plateia.
O Papa tem uma posição contrária a liberdade sexual, especialmente antes do casamento e ao uso de preservativos. Além de ter se notabilizado por declarações criticando a conquista de direitos por parte das pessoas LGBTs. O Papa, como formador de opinião, deveria ter um mínimo de responsabilidade e saber que esse tipo de declaração, só faz aumentar ainda mais, os atos de violência contra os homossexuais. Os líderes religiosos deveriam de uma vez por todas, entender qual é o seu real papel e não tentar intervir em questões que não lhe dizem respeito. Difundir os ensinamentos de sua religião, não pode de forma alguma, ser confundido com incitação ao ódio.
Jordi Petit, líder histórico do movimento gay na Catalunha, disse: "A hierarquia da Igreja por muitos anos ataca os direitos humanos básicos, como por exemplo, na sua insistência sobre a proibição da camisinha". Petit especificou que as críticas eram dirigidas a hierarquia da Igreja, e não a os "cristãos de base do trabalho positivo", e apelou a um Estado laico em que "a vontade política deve fazer sua parte e que a religião é pessoal. " "Nós recebemos o Papa com um ato de amor", disse ele.
Vale ressaltar que, a Espanha tem se destacado no cenário mundial na luta pelos direitos humanos. A Espanha foi o terceiro país em aprovar uma lei para o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que inclui direito a adoção, pensão e herança, depois da Holanda e Bélgica. Já no seu primeiro ano de vigência, casaram-se mais de 1200 casais homossexuais. desde então, sete países mais se somaram a estes, entre os quais Canadá, Argentina, Portugal, além da capital mexicana. Há poucos meses também, entrou em vigor no país a nova legislação sobre o aborto, despertando a ira do Vaticano. A nova lei, que amplia a anterior, permite o aborto livre dentro de um prazo de 14 semanas e autoriza o aborto de maneira excepcional até 22 semanas de gravidez em caso de risco para a vida e a saúde da mãe ou em caso de graves malformações do feto.
Assista ao vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=ZJ673u0Sfiw
