terça-feira, 3 de agosto de 2010

Polêmica no Pronto-Socorro de Pelotas



As constantes faltas no trabalho de médicos plantonistas do Pronto Socorro de Pelotas serão denunciadas junto ao Ministério Público pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel), atual gestora da instituição. No último domingo, dois profissionais não foram trabalhar, obrigando a convocação de médicos de outro hospital para evitar a paralisação dos atendimentos.

De acordo com o reitor da universidade, Alencar Mello Proença, na última semana quatro plantonistas não compareceram ao trabalho e a maioria justificou com atestado. Além disso, a instituição recebeu uma denúncia de que um dos profissionais afastado por problemas de saúde estaria clinicando no município de Canguçu.

– A falta dos médicos prejudica ainda mais os atendimentos do Pronto Socorro, que já sofre diariamente com a grande demanda. Recebemos cerca de 340 pessoas por dia porque as unidades básicas de saúde não têm feito o seu trabalho – reclamou Proença.

A delegada do Sindicato dos Médicos de Pelotas, Gislaine Silveira de Vargas, confirma as faltas dos profissionais, mas reitera que o excesso de trabalho e a falta de estrutura do local têm sido a causa de os médicos adoecerem.

– As pessoas acham que nós da área da saúde não ficamos doentes, o que não é verdade. Muitos profissionais têm adoecido por causa da situação em que se encontra o Pronto Socorro – argumenta.

A pediatra Ana Braulina Dimuro, plantonista há 16 anos do Pronto Socorro, pretende pedir demissão. O motivo seria a atual realidade da instituição.

– Todo mundo está trabalhando demais, não tem estrutura, às vezes colocamos três crianças numa mesma cama porque não temos opção, têm pacientes dormindo em macas nos corredores. A situação está um caos – relata.

Para o clínico geral, Paulo Porciúncula, plantonista do Pronto Socorro há 10 anos, muitos colegas têm pedido demissão e não se encontra profissionais para cobrir as saídas. Outro motivo para o desgaste da relação dos médicos com a instituição estaria no baixo salário.

– Hoje, temos a falta de cinco médicos no plantão e estão tendo dificuldade de contratar novos plantonistas porque todos sabem da sobrecarga existente e do baixo salário oferecido – explica.

A negociação salarial com a categoria continua, segundo o reitor da UCPel, e uma nova reunião sobre a situação do Pronto Socorro deverá ocorre hoje com participação de representantes de diversas entidades da área da saúde.

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